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Arquivo da Categoria  O papel do assessor

11out

Assessoria de imprensa digital

Texto: Letícia Caroline 

No meio jornalístico, a polêmica sobre o fim dos materiais impressos já se tornou comum. Afinal, o jornal tradicional que conhecemos está mesmo em extinção? Na área de assessoria de imprensa, os comunicadores se veem provocados a interagir com seus públicos de forma mais dinâmica e ágil. Aquele release grande, multiplicado por um mailing extenso e mensurado por uma empresa de clipagem, está ficando obsoleto.

Rodrigo Capella, jornalista que ministrou o curso “Assessoria Digital”, no portal Comunique-se, acredita que cada vez mais o profissional terá de se apropriar dos conhecimentos da comunicação como um todo, reconhecendo e acompanhando as etapas do processo. Durante a atuação, se tornará imprescindível saber qual o impacto dos resultados alcançados, além de utilizar de forma assertiva as ferramentas disponíveis para cada momento.

A moda é se comunicar pelas redes sociais? Então vamos criar várias contas e escrever qualquer coisa sem um período determinado. Esse é o pensamento mais fácil, mas a atuação com assessoria digital deve ser um trabalho sério, demandando conhecimento teórico e técnico para que se faça bom uso dos meios disponíveis. É muito mais do que postar fotos no Facebook ou frases inspiradoras no Twitter.

Com a busca por esses conhecimentos mais amplos, o profissional se torna cada vez mais um consultor de comunicação. Fazer o release sobre o lançamento do produto não é o bastante. É preciso identificar qual o melhor momento para lançar a novidade. O pensamento estratégico deve estar presente no planejamento de comunicação.

Para responder a essas demandas, algumas empresas estão recorrendo ao release digital. Criado por Todd Defren, da Shift Communication, o “social media release”, ficava hospedado em uma plataforma específica, com um texto curto e objetivo, com direcionamento para fotos, vídeos e redes sociais.

No Brasil, já começaram a surgir alguns exemplos, como o trabalho da Coelba Grupo de Energia ou a ação multimídia da Tic Tac, feita pela agência Ketchum. Para chegar a esse patamar, houve um planejamento para a divulgação. Nem todo assunto rende um release digital. É preciso ter bom conteúdo, produzido cuidadosamente para a ocasião. Assim, quando bem trabalhado seus resultados podem trazer mais impacto, maior poder de viralização, grande exposição da empresa, aumento na quantidade de clipping e possibilidade de estender a divulgação para outras mídias.

A comunicação vem utilizando menos e até abandonando várias ferramentas. Só uma página em Word já não é possível para expressar as infinitas possibilidades. Para explorar todo esse campo novo, é necessário atenção, cuidado, observação e muito estudo. Só a partir de análises, pesquisas e discussões poderemos aprimorar nossa forma de comunicar.

13jun

Mídia especializada para pequenas e médias

Texto: Paulo Vieira Lima

Fonte: Anuário Brasileiro da Comunicação Corporativa 2012, p. 142

“A ascensão social e o crescimento econômico vivenciados em nosso País têm permitido a entrada de milhares de novos consumidores no mercado. Quando falamos do universo da comunicação corporativa, esse fato impacta diretamente no aumento da necessidade de diálogo entre a empresa e esses novos consumidores”, diz a executiva Regina Gobbo. De acordo com ela, adicionalmente, como consequência da entrada de mais consumidores no mercado, há um crescimento considerável dos contatos junto ao Serviço de Atendimento ao Consumidor das empresas, maior cobrança em relação às práticas de responsabilidade social e prestação de contas, além das menções espontâneas nas redes sociais. Esses são apenas alguns exemplos resultantes da ascensão da classe média que podem impactar diretamente na reputação das empresas.

Para Regina é “fundamental que empresas e marcas tenham um posicionamento bem definido, além de práticas de comunicação ágeis e precisas para conseguirem atender com sucesso aos anseios dos novos consumidores”.

Se há similaridade entre os novos consumidores e as micro e pequenas empresas quanto à sua importância na economia, não é preciso recomendar que esses dois atores sociais recebam da mídia o mesmo tratamento. Os veículos de informação abrem espaço para mostrar o potencial de consumo entre os consumidores emergentes, mas o mesmo não ocorre quando uma empresa de pequeno porte precisa ser divulgada.

Trata-se de uma dificuldade recorrente e que pode ser superada com pró-atividade da assessoria, a partir de uma boa estratégia que contribua para transformar essa micro ou pequena empresa em notícia, recomenda Kátia Penteado, da Vetor. Um dos caminhos mais seguros para isso é a aproximação com a mídia especializada. Tão logo o cliente da assessoria adquira status de fonte de informação, é natural que a mídia em geral a procure para obter dados para matérias. Será a fase em que é importante citar experiências bem sucedidas e que possam motivar para pautas exclusivas.

(…)

No bojo de todos esses fatores está a constatação de que a comunicação que faz a boa imagem das grandes corporações pode se adequar à linguagem de um segmento da população que não quer só comida. Quer diversão, arte e um tratamento digno, o que representa um sinal de possibilidades de trabalho para quem trabalha com a atividade econômica que faz a ponte entre fontes de informação e veículos de comunicação.

 

17abr

O desafio de organizar eventos

Texto: Fernanda Lange

Na manhã desta quarta-feira, eu e Laís Mezzari, colega de redação daqui da agência, assistimos à palestra ”Excelência no Atendimento na Área de Eventos”, conduzida pela jornalista Lygia Veny Casas, proprietária da Multi Comunicação Integrada.

O bate-papo rolou na Ajorpeme, atraindo diversas pessoas do ramo que puderam relembrar a importância do planejamento e compartilhar experiências da rotina – permeada por desafios ligados ao relacionamento com clientes, fornecedores e por uma gama de imprevistos que batem à porta.

É sempre bom adentrar outros universos, aprender. Então, como certas vezes as atividades de assessoria de imprensa que desenvolvemos incluem eventos corporativos, como entrevistas coletivas e outras recepções à imprensa e ao público geral, anotamos tudinho (seguindo, por sinal, uma das dicas da palestrante: documentar!). Confira algumas dicas:

- trabalhe o controle emocional, nada de estresse, desespero, pois imprevistos vão surgir, tenha certeza disso e elabore plano B, C…;

- saiba diferenciar as características e necessidades de cada evento (comercial, social, cultural, corporativo etc.);

- cultive a organização, dê importância à documentação de combinados, elaborando contratos com o cliente e todos os fornecedores para evitar situações como “mas não foi isso que eu pedi…”;

- ainda na linha da dica anterior, encare o planejamento de um evento como um projeto, traçando um briefing e um check list bem detalhado;

- saiba se expressar bem, mas também saiba dizer não ao cliente, alertando-o sobre possíveis decepções que pode vir a ter com determinadas escolhas pessoais de fornecedores (ainda que não façam parte da sua “alçada”;

- seja realista, transparente com o cliente quanto aos gastos, criativo com o capital disponível e hábil em negociações com fornecedores, podendo articular uma troca de “cortesias”;

- no pós-evento, faça uma pesquisa de satisfação (solicitando aos críticos que também façam sugestões) e construa um relatório final do trabalho;

- seja pontual em todo o processo!

“O mercado não tem mais tempo para quem quer caminhar sozinho”, finalizou Lygia, enfatizando a importância de uma parceria sadia entre empresas rumo ao sucesso e à excelência no atendimento em eventos.

27mar

Imagem e reputação

Texto: Fátima Turci
Fonte: Anuário Brasileiro da Comunicação Corporativa 2012, p. 128

Reputação é “o alicerce que constrói a confiança entre a sua empresa e o ecossistema; a razão pela qual as pessoas e as organizações fazem negócios com você”, define Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa. (…) Só será consolidada, porém, com uma conjunção de atributos como os elencados por Edemir: transparência, governança, qualidade e integridade da administração, cultura corporativa, sistemas de gestão de risco, práticas de negócio, solidez financeira e satisfação dos clientes. (…)

Manter a reputação de seriedade é vital para qualquer empresa, mais ainda para alguns segmentos que vendem serviços, ou confiança, como destaca Betina Moreira, diretora da UHY Moreira Auditores. Portanto, a comunicação fica com o papel de solidificar a identidade e disseminar a imagem.

Não mudaram apenas as ferramentas – incluindo nomes nunca dantes navegados como facebook, tablets, twitter, intranet, podcast, blogs, linkedin -, mas também com quem fazer a ligação, com quem falar: os stakeholders. Antes bastavam apenas alguns formadores de opinião para atingir seu público-alvo. Hoje, sabe-se, como destaca Edemir, que reputação e confiança não se limitam aos clientes. “Influenciam a sua capacidade de atrair e reter funcionários, investidores e parceiros; afetam a sua relação com reguladores, grupos de pressão, mídia e as comunidades em geral”.

Comunicação ganha assim uma missão árdua e ousada, assinala André Dias, presidente da Monsanto: “Cria uma legião de admiradores e apaixonados pelo que fazemos”. Esse orgulho a que ele se refere não e apenas para vender produtos, mas para atrair e reter talentos, dilema hoje de todas as empresas diante do crescimento econômico e da mobilidade pessoal. “Benefícios e salários não bastam e aí entra a comunicação, ajudando a engajar colaboradores, atuais e potenciais, na missão da empresa”. Dessa forma é indispensável ter uma comunicação integrada para garantir homogeneidade da própria reputação.

20mar

Dona do pedaço

Texto: Fátima Turci
Fonte: Anuário Brasileiro da Comunicação Corporativa 2012, p. 127

Ela não é mais a mesma! Não e apenas diferente, é outra. Dinâmica, democrática, popular, segmentada, viral. Usa palavras novas, além da linguagem digital. Ganhou poder e status. É hoje parte dos negócios das empresas. Comunicação Corporativa?

Para entender quem é ela não adianta recorrer ao dicionário ou ao google. Vamos analisar um exemplo de retorno de suas ações:
- Sair de 0% de recall (conhecimento de marca) para 91%;
- Obter entre 84% e 90% de intenção de compra, em períodos sem ações de promoção e marketing de produtos.
- Ampliar o valor de mercado das ações da empresa em 144%;
- Assegurar 100% de atendimento a demandas de imprensa e ser eleita, por 25 mil jornalistas, como a melhor empresa que se comunica;
- Obter média anual superior a 97% de matérias positivas nos diversos veículos de comunicação do País;
- Ter um valor atribuído à marca corporativa de mais de R$3 bilhões, figurando entre as 25 de maior valor no Brasil.
Precisa mais? Claro que sim, enfatiza o próprio articulador desse desempenho da Bunge Brasil, Adalgiso Telles, diretor de Assuntos Corporativos: “Reputação precisa ser construída dia a dia e ter consistência entre o que se comunica e o que se pratica. Uma comunicação pode fazer isso, mas não por si só”. Ela não cria o que não existe ou, como enfatiza Rogério Amato, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e da Associação Comercial de São Paulo, “não vende o que não tem”. (…)

Cientes desse preceito, grandes líderes e corporações já compreenderam o lugar da comunicação. “Não é mais adjunta, é parte fundamental da gestão no processo de decisão”, complementa Amato. (…)

Além disso, essa nova comunicação tem uma abrangência nunca antes experimentada, vista hoje como um grande leque, sob as mais diversas denominações. Ela engloba ferramentas como assessoria de imprensa, comunicação interna, eventos, marketing, redes sociais e mídia digital. Essa abrangência leva a uma atuação geral e ao mesmo tempo segmentada. Embute ainda uma visão mais aberta. “Uma das facetas mais delicadas do processo de comunicação é o que nos parece lógico, mas talvez não seja para outra pessoa”, adverte Luis Lacerda, sócio do Grupo Pontos de Conexão.

Com essa complexidade, prossegue Amato, a tarefa não é para amadores. “Mais do que pôr a informação à disposição, é preciso compartilhá-la de forma ágil, sucinta e atrativa”, diz Flavio Meneghetti, presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos (Fenabrave). A exigência de profissionalismo, no entanto, ainda está distante da realidade se traduzida nos contidos investimentos na área. (…) Não se pode negar que a trajetória da comunicação avançou de forma significativa nos últimos anos. No entanto, nem sempre acompanhou lado a lado a velocidade do crescimento econômico de suas instituições. Com honrosas exceções, prevalece ainda um abismo entre o discurso e a prática. A boa notícia é que a conscientização de sua importância está presente na alta direção de todas as empresas ouvidas. O grande desafio é transformar boas intenções em ação.