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 31jul 

Pianístico 2019 reafirma proposta de transformar Joinville na capital do piano

 

De 19 a 22 de setembro, evento terá concertos, atividades didáticas e apresentações em vários pontos da cidade

 

Pelo segundo ano consecutivo, o piano vai ser estrela na cidade das flores e da dança. A realização do Pianístico 2019, confirmada para os dias 19 a 22 de setembro, retoma o desafio de transformar Joinville na capital do piano, com uma programação que promete encantar os apreciadores do instrumento, mesclando concertos e atividades didáticas, nomes internacionais, nacionais e, claro, talentos locais. Serão quase 20 apresentações em pelo menos oito locais, entre salas de espetáculo e shopping-centers, uma livraria e uma galeria de arte, além da exibição de músicos em bares e restaurantes. Mais uma vez, o acesso será gratuito.

A abertura oficial será no dia 19, às 20h, com duo dos pianistas Gilson Peranzzetta e Leandro Braga, no Teatro Juarez Machado. O carioca Peranzzetta é maestro, orquestrador, compositor e instrumentista, tendo sido citado pelo produtor norte-americano Quincy Jones como um dos maiores arranjadores do mundo. Já acompanhou artistas como Ivan Lins, Elizeth Cardozo, Gonzaguinha e Gal Costa. Braga, paulista, graduou-se em medicina, mas enveredou pela música popular e pelo jazz. Gravou com Chico Buarque, Caetano, Djavan e Ney Matogrosso, entre outros astros da MPB. Também no dia 19, às 16h, na Sociedade Harmonia Lyra, o público será convidado a tomar um chá com a célebre Chiquinha Gonzaga, a primeira musicista de choro e a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, no início do século 20. Chiquinha será interpretada pela pianista Olinda Allessandrini. No espetáculo, e em outros momentos do Pianístico 2019, haverá a participação de atores trajados como cinco célebres pianistas, em performances que estão sendo preparadas pelo diretor teatral Lucas David.

A Comissão Central Organizadora do evento é presidida por Carlos Branco, da Branco Produções, com mais de 25 anos de atuação em toda a América do Sul, que, além de produzir shows e festivais pelo país, é curadora de alguns das principais instituições musicais do país, como o Santander Cultural, o Instituto Ling e o Museu do Estado de Pernambuco. Branco também assina como diretor artístico do Pianístico 2019.

A coordenação geral é de Albertina Tuma, que, com o bailarino Carlos Tafur, criou o Festival de Dança de Joinville e é nacionalmente reconhecida por sua atuação no setor cultural. Ganhou o Prêmio Mambembe de 1988, no Rio de Janeiro, recebeu homenagem do Teatro Municipal de São Paulo, e, mais recentemente, da Câmara de Vereadores e do próprio Festival de Dança de Joinville. Na coordenação técnica, Patrícia Sirydakis Macedo, professora de piano, com formação, especialização e ampla experiência em educação musical.

O festival, nascido como Pianíssimo em 2018, mudou de nome para viabilizar o registro da marca que, a partir de agora, vai acompanhar o evento. Mas, garante Carlos Branco, as diretrizes que orientam a iniciativa continuam as mesmas. “Apesar das dificuldades econômicas que o país atravessa, com auxílio de patrocinadores que apostaram no projeto, conseguiremos novamente trazer a Joinville alguns importantes nomes do piano mundial, com a presença de artistas da Ucrânia, China, Nicarágua, Estados Unidos, Alemanha e vários reconhecidos pianistas brasileiros, executando música erudita, blues, jazz e o melhor da MPB”, resume o diretor artístico.

Outra iniciativa de sucesso no ano passado que se repete na edição 2019 é o trabalho de formação em algumas escolas públicas de Joinville, coordenado pela professora Patrícia Macedo. Na última semana de agosto, Patrícia realiza palestras interativas, com apoio audiovisual, abordando o piano e seus compositores. “O objetivo principal é ampliar o universo musical e cultural das crianças,  além de criar um cenário mais concreto relacionando  a música com a história e geografia”, adianta Patrícia. “Faremos uma passagem pelos períodos da música, focando pianistas importantes”. As crianças receberão uma cartilha com resumo da palestra, curiosidades  dos músicos e uma seleção de peças para ouvir em casa com familiares e amigos. Ainda na linha didática, a programação do Pianístico prevê encontros com músicos convidados, oficinas e um curso de formação para professores.

 

A PROGRAMAÇÃO

19 de setembro

16h – Sociedade Harmonia Lyra – Concerto e Chá com Chiquinha Gonzaga – Olinda Allessandrini

20h – Teatro Juarez Machado – Duo de pianos, com Gilson Peranzzetta e Leandro Braga

20 de setembro

10h – Casa da Cultura de Joinville – Oficina com Gilson Peranzzetta e Leandro Braga, sobre técnicas interpretativas da música popular

10h e 14h – Teatro Juarez Machado – Olinda Allessandrini – Concerto didático para alunos e professores de escolas públicas

17h – Escola Bolshoi – Luiz Guilherme Pozzi

19h – Shopping Mueller – Edson Sant´anna

20h30 – Teatro Juarez Machado – Dmytro Choni (Ucrânia)

22h30 – Galeria 33 – Tom Worrell (Estados Unidos)

21 de setembro

10h30 e 13h30 – Casa da Cultura – Oficina de práticas pedagógicas para professores de iniciação musical ao piano, com as dras. Margareth Mila e Vivian Siedlecki

10h – Livraria A Página – Apresentação de pianistas inscritos pelo site do evento, para alunos de piano das escolas de música de Joinville

18h – Casa da Cultura – Encontro com o pianista Hercules Gomes, com o tema “O piano na música popular brasileira”

19h – Shopping Mueller – Tom Worrell (Estados Unidos)

20h30 – Teatro Juarez Machado – Chun Wang (China)

22h30 – Galeria 33 – Donald Vega (Nicarágua/Estados Unidos)

22 de setembro

10h30 – Teatro Juarez Machado – Martin Münch (Alemanha)

17h – Teatro Juarez Machado – Donald Vega (Nicarágua/Estados Unidos)

19h30 – Teatro Juarez Machado – Concerto de encerramento, com Hercules Gomes

 

Conheça os pianistas convidados

Martin Münch (Alemanha). Estudou música, filosofia e composição no Conservatório Superior de Karlsruhe. Como solista, realizou concertos em 30 países. Seu repertório atual inclui a suíte “Iberia” (completa), de Albéniz, e as dez Sonatas de Scriabin. Sua vivência musical abrange 56 obras, de música para piano e música de câmara a orquestra. Foi professor de piano na Universidade de Bamberg, de 1994 a 2013. Também é diretor artístico de vários festivais de piano em Heidelberg, Florença e outras cidades.

Donald Vega (Nicarágua/Estados Unidos). Nascido em Masaya, Nicaraguá, estudou piano clássico em seu país. Deixou a Nicarágua aos 14 anos, chegando a Los Angeles, em 1989. Hoje, vive em Nova York. Nos Estados Unidos, aos poucos foi migrando para o jazz, com graduação superior voltada ao gênero. Em 2013, passou a atuar como pianista do Ron Carter Trio. Uma lenda do jazz, Ron se encantou pelo piano de Donald, seu virtuosismo e bom gosto, técnica e sensibilidade. Donald tem viajado o mundo ao lado desse grande nome da música interncional. Em 2008, lançou seu primeiro álbum. Também é renomado professor de jazz. Além das instituições em que leciona, dá aulas na BackCountry Jazz, organização sem fins lucrativos que oferece educação musical para jovens em situação de risco.

Dmytro Choni (Ucrânia). O jovem músico, hoje com 26 anos, começou a estudar piano aos 4 anos de idade. Venceu o mundialmente famoso Paloma O’Shea Santander International Piano Competition 2018, na Espanha. Laureado em várias competições em países como Itália, Ucrânia, China, Estados Unidos, Itália e França. Realizou considerável número de recitais solo e música de câmara e tem atuado regularmente como solista de reconhecidas orquestras. A música de câmara também é parte importante das atividades musicais de Dmytro. Ele colaborou com famosos grupos, como Cuarteto Quiroga e Quartetto di Cremona, e músicos como os violinistas Andrej Bielow, Orest Smovzh e Mari Samuelsen.

Chun Wang (China). Nascido em 1990, começou a tocar piano com 5 anos de idade. Depois de vários prêmios em competições nacionais em seu país, ingressou no Conservatório Central de Música, em Beijing, com 13 anos. Completou seu mestrado na celebrada Julliard School, em 2015, e seu doutorado com Solomon Mikowsky na Manhattan School of Music, em Nova York. Já atuou em importantes salas ao redor do mundo, como Salle Cortot (Paris), Wigmore Hall (Londres), Sala Cecilia Meireles (Rio de Janeiro) e Teatro Coliseo (Buenos Aires), além de apresentações em outros países, em performances solos e em concertos com orquestra, com a Filarmônica de Buenos Aires, no Teatro Colon, com a Orquestra Sinfônica Nacional de Cuba, em Havana, com a MSM Symphony Orchestra, em Nova York.

Tom Worrell (Estados Unidos). Olhando sua biografia, parece que o destino do músico sempre foi viver e se apresentar em Nova Orleans. Foi ali, no berço do jazz, que trabalhou com personagens importantes do cenário local, artistas como Jumpin Johnny Sansone, JMonque’D, Mem Shannon & The Wild Magnolias, Walter Wolfman Washington, 101 Runners e Big Chief Monk Boudreaux. Atuou como multi-instrumentista e vocalista em algumas bandas de rock. Depois de conhecer a música de Professor Longhair e James Booker, mudou definitivamente sua forma de tocar: “Decidi que precisaria aprender a tocar daquele modo, ou pelo menos tentar. Desde então trabalho no estilo do piano de New Orleans e continuo nesse caminho até hoje”, revela o músico. Uma das figuras carimbadas da cena local, em Nova Orleans.

Gilson Peranzzetta. O pianista, compositor, arranjador, produtor e maestro é um dos mais renomados artistas brasileiros da atualidade. Sua performance como pianista e arranjador tem personalidade, criatividade, delicadeza, e requinte, sem jamais perder a brasilidade. Citado pelo maestro Quincy Jones como um dos maiores arranjadores do planeta, recebeu inúmeros prêmios, entre eles, cinco Prêmios de Música Brasileira como melhor arranjador, compositor e solista. Atingiu a impressionante marca de 56 CDs lançados no período de 1968 a 2019. Tem 300 músicas compostas, muitas gravadas por artistas nacionais como Djavan, Ivan Lins, Leila Pinheiro, Leny Andrade, Dori Caymmi, Nana Caymmi, Edu Lobo, Emílio Santiago e artistas internacionais – George Benson, Sara Vaughn, Quincy Jones, Patty Austin, Jack Jones, Dianne Schurr, Dianne Reeves, Toots Thielemans, Shirley Horn e Barbra Streisand. Também é autor de peças para música de concerto, grupos de câmara, quarteto de cordas, quinteto de sopros, tendo atuado como solista e arranjador com a Orquestra Sinfônica Brasileira, Pittsburgh Symphony Orchestra (EUA), Metropole Orkest (Amsterdam), entre outras. Com sólida carreira internacional, apresenta-se anualmente nos mais importantes festivais na Europa, Estados Unidos e Japão.

Leandro Braga. Estudou piano já a partir dos 4 anos. Durante a faculdade (de Medicina, em que se formou), aproximou-se de músicos profissionais, o que o inspirou a procurar aprendizado com mestres do piano e do arranjo e orquestração, como Amylson Godoy, Nelson Ayres e Hilton Valente. Nesse período, conhece seu maior mestre e inspirador, o pianista, compositor e arranjador Luizinho Eça. Em sua longa carreira, foi requisitado como arranjador, tendo gravado inúmeras canções com Beth Carvalho, Chico Buarque, Caetano Veloso, Djavan, Fátima Guedes, Emílio Santiago, Tim Maia, Elba Ramalho, Guinga, Adriana Calcanhoto, e tantos outros. Entre esses, destaca seu trabalho com Ney Matogrosso, de quem foi diretor musical, Entre seus projetos atuais, a Sinfonia do Descobrimento, obra musical sobre a Carta do Descobrimento, de Pero Vaz de Caminha, e o show “Fé Cega”, na formação de trio (Piano, Contrabaixo e Percussão), dedicado a Milton Nascimento, onde explora principalmente as canções mais ritmadas do compositor.

Olinda Allessandrini. Suas atividades incluem apresentações ao vivo, gravações, atividades pedagógicas, colaboração em livros e jornais. É citada no livro “Arte do Piano”, de Sylvio Lago, pela “técnica apurada e dotada de fina imaginação e bom gosto”, “uma das mais atraentes pianistas do repertório nacional”. Em 2010, recebeu a medalha comemorativa ao “Ano Chopin”, do Consulado da Polônia em Porto Alegre. Tem CDs inteiramente dedicados a obras de Villa-Lobos, Radamés Gnattali e Araújo Vianna, além dos CDs “Panorama Brasileiro”, “Valsas”, “pamPiano”, “Ébano e Marfim”. Seu repertório pianístico vai do barroco ao contemporâneo e é frequentemente convidada como solista por orquestras, no Brasil e no exterior, com recitais, turnês e palestras realizadas em países como Alemanha, Áustria, Itália, Noruega e Estados Unidos.

Hercules Gomes. Começou a estudar piano como autodidata, aos 13 anos, e pouco tempo depois já tocava em grupos musicais de Vitória (ES), onde nasceu. Bacharel em música pela Unicamp, apresentou-se em alguns dos mais importantes festivais no Brasil e no exterior. Em 2015, participou da gravação do CD “Radamés Gnattali – Concertos Cariocas”, no qual interpretou o Concerto Carioca nº 2, com a Orquestra Sinfônica de Campinas. Em 2018, a convite do Ministério das Relações Exteriores, tocou como solista com a Jerusalem Symphony Orchestra. Seu primeiro trabalho solo, de 2013, demonstra fortes influências de ritmos brasileiros, jazz e da música erudita aliadas a uma técnica refinada, traduzindo ao piano seu universo sonoro. E em 2018 lançou seu segundo álbum intitulado “No tempo da Chiquinha” em comemoração aos 170 anos da pianista e compositora Chiquinha Gonzaga.


Luiz Guilherme Pozzi
. Graduou-se na classe da pianista russa Olga Kiun, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Primeiro colocado, com nota máxima, na prova de admissão da Escola Superior de Música de Freiburg, na Alemanha, também foi premiado com a bolsa integral da “Internationale Klavierakademie Murrhardt”, concorrendo com pianistas do mundo todo. Em 2005, integrou a classe do pedagogo russo Alexander Satz, na Universidade de Artes de Graz, na Áustria, onde foi diplomado com distinção. É mestre em música pela Unicamp e concluiu seu doutorado USP. Além de se apresentar regularmente como recitalista, camerista e solista em concertos com orquestra, é professor de piano e música de câmara e piano erudito.

Edson Sant´anna. Natural de Joinville, com carreira iniciada em bandas de baile e acompanhando cantoras, estudou piano na Casa da Cultura e Conservatório Belas Artes, antes de se transferir para São Paulo, em 2005. Lá, avançou em formação voltada ao piano popular, concluindo cursos de harmonia, contraponto e história da música, e também piano erudito. Sua peça “Sonatina n.01” obteve o terceiro lugar no 2º Concurso de Composição do Instituto Villa-Lobos, da Unirio (2010). Participou de grupos de música instrumental e atuou como professor em diversas oportunidades. É um dos idealizadores do Piano Talks, plataforma de ensino e conteúdo digital sobre piano popular.

Vivian Siedlecki. Professora adjunta da Universidade Estadual do Paraná (Unpespar), na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). Doutora em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Música pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Música de Câmara pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). Bacharel em Instrumento/piano pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap).

Margareth Milano. Professora adjunta da Universidade do Paraná (Unespar), na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap) desde 1994. Professora colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Música da Unespar/Embap), no Mestrado em Música. Doutora em Práticas Interpretativas/Piano pela UFRGS, com a tese “Percepções e concepções sobre corpo, gesto, técnica pianística e suas relações nas vivências de alunos de piano de dois cursos de pós-graduação em música”. Mestre em Execução Musical/Piano (UFBA), especialista em Educação Musical/Piano (Embap).

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