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06jul

O mais novo centenário de Joinville

No sábado, 2 de julho, o Jornal A Notícia publicou matéria sobre o aniversário de Joaquim Soares da Silva. O mineiro que mora em Joinville, reuniu familiares para comemorar seus 100 anos. A festa aconteceu no Holz Hotel, cliente da Mercado de Comunicação. Veja na íntegra a matéria:

2 de julho de 2011. | N° 1176

ANIVERSÁRIO DE UM SÉCULO

A sorte grande de seu Quincas
Vida longa, lúcida e cercada de gente. Assim ele celebra seus cem anos hoje

A grande proeza do mineiro Joaquim Soares da Silva talvez não seja chegar aos cem anos. Afinal, há outros 23.760 brasileiros nessa idade, segundo o Censo de 2010; 25 deles em Joinville. Mas seu Joaquim torna-se centenário hoje com uma vantagem imensa sobre boa parte dessas pessoas: a memória intacta, que o permite reconhecer filhos, netos e bisnetos e relembrar passo a passo uma vida que teve suas alegrias e tristezas. Datas e nomes saem facilmente na fala do bancário aposentado que mora há 19 anos em Joinville. Ele festeja hoje o aniversário redondo no Hotel Holz ao lado de cerca de 50 parentes.

Seu Joaquim enumera explicações para a sua façanha – algumas podem servir de conselho para todos. Desde pequeno, Quincas (apelido comum aos joaquins de Minas Gerais) gostava de esporte. Jogava basquete e lecionou educação física no pequeno clube que ajudou a fundar. Joaquim deixou de nadar até mil metros somente perto dos 80 anos. Era um prazer e fazia a vida social – que ele aproveitou. Apesar de viver “rodeado de mulheres”, casou-se apenas aos 32 anos com Anita, que tinha então quase metade da idade dele.

Hoje, os olhos não ajudam, mas Joaquim também exercitou o cérebro. Devorava livros. Em Montes Claros, na falta de escola, existia um grupo escolar onde ele aprendeu a ler, escrever e fazer contas na década de 1920. Mas o adolescente Quincas tanto fez que trabalhou de recepcionista em um pasquim de fofocas, o “Trololó”. Da biblioteca do patrão vereador, tirou as publicações que foram as professoras que ele não teve.

Joaquim recita de cor os versos do poeta paulista Menotti Del Picchia, que conta a história de um triângulo amoroso. Eram os versos que costumava dizer a dona Anita, a quem pediu em namoro com a frase “você quer envelhecer comigo?”. “Ela é mais forte do que eu. Enfrentou cem meses de gravidez (tiveram 11 filhos, nove vivos), e me atura há 68 anos”, brinca. “Um dia, me livro de você”, rebate ela.

Outro segredo de Quincas – que não deve valer para todos – é bebericar todo santo dia um preparado, segredo de família, à base de cachaça e erva-doce. Quem lhe ensinou a receita foi a sogra, que “não queria ver a filha viúva nova”.

Dor de ver partir

Mas nem tudo é doce na vida de um centenário. Joaquim sentiu a dor de ver pessoas queridas morrerem – entre elas, dois filhos. Um, ainda menino, com quatro anos; o outro, já com cerca de 50. “Não vou mentir, isso me baqueou”, admite. Ainda assim, ele se diz um abençoado pela “providência divina”. “Não imaginava que iria chegar tão longe.”

Algumas lições

Confira as principais escolhas de vida a que o bancário aposentado atribui a sua longevidade:
- Praticar esportes. Seu Joaquim da Silva jogou basquete e lecionou educação física no clube que ajudou a fundar em Montes Claros. Nadou até os 80 anos.
- Ler muito. Mesmo quando trabalhava bastante para sustentar a família numerosa, Joaquim dedicou tempo à leitura. Um dos livros preferidos é “Grande Sertão, Veredas”, de Guimarães Rosa. “Fala da região em que vivi”, conta. Até hoje, quando os olhos já o impedem de ler, pede para que leiam para ele.
- Ter regras. Mesmo aposentado, seu Joaquim sempre levanta às 5 horas e vai deitar às 20 horas, independentemente de ser feriado ou fim de semana. As horas de se alimentar são sagradas. “O corpo não gosta de indisciplina”, acredita um dos filhos dele, Carlos Magno, 62 anos.
- Levar uma vida limpa. Admirador do estilo de vida dos antigos gregos, seu Quincas acredita ter vivido sobre o lema “mente sã em corpo são”. E diz ter escolhido se dedicar mais ao que lhe dava satisfação do que à perseguição por formar patrimônio.
- Buscar qualidade de vida. Joaquim mudou-se para Joinville a convite de uma filha, médica, que atuou na Prefeitura. “Gostei da cidade assim que a vi. Era bonitinha e tinha um ar sem poluição, que é um grande problema em Belo Horizonte.”

camille.cardoso@an.com.br

CAMILLE CARDOSO

http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3373761.xml&template=4187.dwt&edition=17443&section=2003

21jun

Presença em seminário de pós-graduação

Guilherme Diefenthaeler esteve em Florianópolis no sábado, a convite do professor Aldo Schmitz, para participar de seminário profissional que integra a grade da pós-graduação em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial, uma realização da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) em convênio com o Instituto Superior de Comunicação (Iscom). Guilherme foi falar sobre a prática do jornalismo corporativo, a partir dos estudos que resultaram no livro “Jornalismo Empresarial: Isso é Possível?”, lançado no ano passado pela Mercado de Comunicação.

16jun

Jornalistas apresentam experiências em pós-graduação

O jornalista Guilherme Diefenthaeler, diretor da agência Mercado de Comunicação, de Joinville, é um dos palestrantes do primeiro seminário avançado de 2011 na pós-graduação em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial, uma realização da Universidade Tuiuti, em convênio com o Instituto Superior de Comunicação (ISCOM) e com apoio da Associação Catarinense de Imprensa (ACI). Neste sábado, a partir das 10h30, Diefenthaeler fala sobre a prática do jornalismo no meio corporativo, apresentando uma síntese das conclusões do estudo que deu origem ao livro “Jornalismo Empresarial: Isso É Possível?” (editora Mercado de Comunicação, 2010). Outros três profissionais compartilham experiências ao longo do seminário, que se inicia nesta sexta-feira à noite, no campus da UFSC, em Florianópolis: Carlos Stegemann, diretor da PalavraCom, que trata de assessoria de imprensa; Déborah Almada, da AllPress, com uma apresentação sobre agências de comunicação; e Geraldo Lion, da ExpecTV, sobre mídia training. O curso tem a coordenação do professor Aldo Schmitz.

Assessoria de Imprensa Mercado de Comunicação

12mai

Medo e Delírio em Las Vegas

Para o pessoal do jornalismo ou aqueles que gostam de uma boa leitura, segue uma indicação de livro, com resenha do colunista Gian Danton,  do site “Digestivo Cultural”. Um chute na tão conclamada objetividade jornalística, “Medo e Delírio em Las Vegas” leva o leitor a uma viagem maluca, em um leitura envolvente e divertida, mostrando o melhor do “jornalismo gonzo”, criado por Hunter Thompson. Vale a pena conferir! Letícia Caroline

Medo e Delírio em Las Vegas

Gian Danton

http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3324&titulo=Medo_e_Delirio_em_Las_Vegas

A maioria dos jornalistas tem de si uma ideia de pessoas respeitáveis, que fazem matérias objetivas e insentas. Ninguém contribuiu mais para abalar esse mito do que o norte-americano Hunter Thompson no livro Medo e Delírio em Las Vegas, lançado recentemente pela L&PM.

Thompson foi um jornalista convencional durante muitos anos e chegou a ser correspondente internacional no Rio de Janeiro. Mas tinha pouca paciência com o trabalho normal de um repórter.

No início dos anos 1960, foi mandado para cobrir um show de Joan Baez, mas embebedou-se, tomou várias drogas e acabou apagando. Perdeu o show e escreveu um texto completamente alucinado sobre a cultura hippie. Os leitores gostaram e a partir daí, Hunter se especializaria em fazer um tipo de jornalismo que ficou conhecido como gonzo: toda reportagem era sempre a sua versão sobre os fatos e não uma tentativa de mostrar isenção ou objetividade.

Exemplo disso aconteceu quando o periódico Scanlan’s Monthly mandou-o cobrir a corrida de cavalos em Derby, Kentuchy, em 1970. Thompson inicia a matéria contando sua chegada na cidade. Sua primeira providência, claro, foi visitar o bar mais próximo. Lá, um morador local resolveu tirar sarro dele quando Thompson mentiu que era fotógrafo da Playboy: “Você vai tirar fotos de cavalos pelados?”. “Vai haver encrenca. A minha tarefa é fotografar o motim”, respondeu Thompson. “Que motim?”. “Na pista de corrida. No dia do turfe. Os panteras negras. Você não lê jornal?”.

O homem levantou a voz: “Deus do céu! O que está acontecendo com este país? Onde é possível escapar de tudo isso?”. “Aqui não, com certeza”, garantiu Thompson, mentindo descaradamente.

O resto da matéria é dedicada a contar as peripécias do jornalista, inclusive um jantar com o irmão no qual ele enche o restaurante de gás de pimenta. Pouco mais de três parágrafos são dedicados à corrida. O objetivo de Thompson é expresso por ele mesmo: “Ao contrário dos outros no camarote de imprensa, não estávamos interessados no que acontecia nas pistas. O objetivo era ver os verdadeiros animais em ação”.

É nessa reportagem que ele conhece o desenhista inglês Ralph Steadman, que se tornaria uma espécie de ilustrador oficial do gonzo jornalismo com seu traço psicodélico, com pessoas retratadas como monstros.

O livro inicia com uma frase emblemática: “Estávamos em algum lugar perto de Bartow, à beira do deserto, quando as drogas começaram a fazer efeito”.

Thompson foi contratado por uma revista para fazer a cobertura do Mint 400, uma corrida off-road de motocicletas e levou consigo seu advogado samoano, chamado por ele de Dr. Gonzo. Os conselhos do advogado formam algumas da melhores partes do livro: “Como seu advogado, recomendo que compre uma motocicleta. É o único jeito de cobrir um evento desses de maneira correta”; “Isso aí não vai dar. Precisamos de crédito ilimitado”; “Bem ali tem um lugar chamado Fontes Mescal. Como seu advogado, recomendo que encoste o carro para a gente nadar um pouco”; “Como seu advogado, recomendo que enfie o pé no acelerador”.
Mais: o advogado o aconselha a alugar um carro veloz, sem capota, e encher o porta-malas de todo tipo de drogas e irem atrás do sonho americano.

O livro começa quando eles estão a caminho da corrida, as drogas começam a fazer efeito e Thompson é obrigado a parar de dirigir por causa das alucinações: “Melhor nem citar os morcegos”, pensa ele. “Não ia demorar para que o infeliz também os visse”.
Thompson logo descobre que a corrida é na verdade uma nuvem de poeira: “Sob qualquer ponto de vista convencional, a ideia de ‘cobir a corrida’ era absurda: seria como tentar acompanhar uma prova de natação numa piscina olímpica cheia de talco no lugar de água(…) Sem dúvida a corrida estava acontecendo. Eu havia testemunhado a largada; disso tinha certeza. Mas e agora, o que poderia fazer? Alugar um helicóptero? Entrar de novo na caminhonete? Zanzar pelo maldito deserto assistindo àqueles idiotas passando a mil pelos pontos de controle, uma a cada treze minutos?”.

A decisão é simplesmente esquecer a corrida e escrever sobre Las Vegas: “Esta não é uma boa cidade para usar drogas psicodélicas. A própria realidade já é distorcida demais”, escreve ele. A cidade é 24 horas de jogo e o circo nunca para: “Use a espingarda para desgrudar os adesivos dos mamilos de uma mulher-macho de três metros e ganhe uma cabra feita de algodão-doce. Basta parar na frente desta máquina fantástica, meu amigo e, por 99 centavos sua imagem vai aparecer num telão de sessenta metros de altura bem no centro de Las Vegas. Pagando mais 99 centavos, você pode incluir uma mensagem gravada”.

O resultado é o esperado: Thompson mergulha no submundo de Las Vegas, toma todo tipo de droga, faz dívidas astronômicas em hoteis (“tínhamos pedido para aquele quarto tudo que as mãos humanas podiam carregar ― incluindo umas seiscentas barras de sabonete Neutrogena transparente”) dos quais foge no meio da noite e surta a cada dois parágrafos, achando que vão prendê-lo ou atirar nele (“Um doutor em jornalismo não merece editar o boletim semanal da penitenciária”), e ainda tem de agüentar o advogado samoano ainda mais paranóico do que ele.

O resultado poderia ser um livro barra-pesada, mas acaba se tornando uma grande comédia sobre o sonho americano escrita por alguém que não se leva a sério e se entrega por inteiro no texto com uma coragem e cara de pau extraordinários.
O gonzo jornalismo criado por Hunter Thompson ajudou a derrubar o muro que separava jornalismo de humor, a experiência pessoal, da reportagem, abrindo caminho para programas como o Profissão Repórter, CQC e A Liga.

Medo e Delírio em Las Vegas é o maior marco do gonzo. É leitura obrigatória para alunos de jornalismo que ainda não foram contaminados pela ditadura da pirâmide invertida.

25fev

Muito além da comunicação

O papel das agências de comunicação vai além… da comunicação. É o que se aponta no anuário da Mega Brasil. “Chega-se a um novo ciclo, em que, mais do que comunicação, as organizações querem de seus parceiros estratégias, diagnósticos, pesquisas, aconselhamentos, críticas, olhares, muito know-how, e, claro, junto com tudo isso, inteligência e ações planejadas para melhorar a imagem e os negócios”, afirma o texto do guia. A publicação traz alguns exemplos de agências que estão se alinhando ao novo perfil descrito. Uma delas é a CDN, destacada como pioneira no “alargamento de suas fronteiras” de atuação e, hoje, com nada menos que 18 núcleos de negócios. “Seguimos, de um lado, as demandas do mercado e dos clientes, e, de outro, usamos nossa capacidade empreendedora e nossos talentos para fazer o caminho inverso e chegar ao mercado com produtos, serviços e ideias novas. O resultado é essa estratégica diversificação que atingimos, o que nos torna uma agência completa, que oferece praticamente tudo o que os cliente precisam em termos de comunicação, com a óbvia sinergia que isso gera em termos de ação e resultados”, raciocina o presidente da CDN, João Rodarte. No entendimento de Cláudia Rondon, da RP1, também entrevistada pelo anuário, o trabalho das agências vai-se tornando cada vez mais estratégico e próximo do poder decisório dos clientes. Segundo ela, já faz parte do rol de atividades das agências a orientação para clientes em momentos de expansão, quanto à natureza dos mercados em que pretendem atuar, em busca de sinalizadores para um diagnóstico adequado e para planejar a comunicação dessa operação. “Estratégicos, somos mais requisitados; mais requisitados, somos mais estratégicos. E, nesse círculo virtuoso, além de ampliar os negócios, fidelizamos mais os clientes.”

(Segunda-feira tem mais.)